Quadrinhos proibidos
Fiquei surpreso com a notícia de que a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul proibiu as obras do Mestre da arte seqüencial Will Eisner: o Jogador, Um Contrato com Deus e O Nome do Jogo.
Logo que li a notícia, corri até a biblioteca do colégio onde trabalho para conversar com a bibliotecária, que me mostrou o ofício da SEC e as obras retiradas das estantes, que foram embrulhadas para posterior envio até a Coordenadoria de Educação da Região.
Will Eisner é considerado um dos principais artistas do quadrinho mundial. Nos Estados Unidos, o principal prêmio anual do quadrinho, uma espécie de Oscar, chama-se Eisner Awards. Foi responsável por criar o personagem Spirit, um detetive no estilo super-herói, embora sem poder algum. Ao parar de desenhar Spirit, Eisner dedicou-se a produzir obras realistas abordando o cotidiano das pessoas.
Das obras confiscadas, li O Nome do Jogo. Sabem qual é o nome do jogo? O casamento. A obra relata que o casamento é uma forma de ascensão entre as famílias de judeus que migraram para os Estados Unidos vindos da Europa. Assim, Eisner vai mostrando o cotidiano das famílias e, claro, a malícia, o adultério e a violência aparecem não como apologia, mas para mostrar a “vida real”.
O colégio, como espaço de educação das novas gerações, deve tomar cuidado com o que leva para seus educandos, mas isso não dá o direito de obras-primas – como os quadrinhos de Eisner – serem “limados” das estantes das bibliotecas das escolas públicas. Estas obras são para o público do Ensino Médio – alunos a partir de 14 anos de idade – ou seja, jovens que já travaram contato com o cotidiano que Eisner apresenta em suas obras.
Por que, ao invés de proibir as obras, elas não foram classificadas por faixa etária, assim como se faz no cinema, na televisão e nas bancas de revistas? Por que simplesmente banir das estantes, tal qual se fazia nos mosteiros medievais?
Por fim, qual será o destino destas obras? Elas ficarão mofando em armários fechados a sete chaves? Serão incineradas ou picotadas e jogadas fora? Nenhum governo pode ter o poder de jogar no lixo ou colocar no ostracismo obras de respaldo mundial como os quadrinhos de Eisner. Se tais livros não vão voltar às estantes das escolas públicas, que sejam distribuídas para aos professores colecionadores de quadrinhos, que poderão socializá-las entre seus amigos apreciadores da arte seqüencial.
Ilustração: Will Eisner
https://impulsohq.com/quadrinhos/quadrinhos-proibidos/notíciasquadrinhoso Jogador,O Nome do Jogo,Secretaria de Educação,Spirit,Um Contrato com Deus,Will EisnerFiquei surpreso com a notícia de que a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul proibiu as obras do Mestre da arte seqüencial Will Eisner: o Jogador, Um Contrato com Deus e O Nome do Jogo. Logo que li a notícia, corri até a biblioteca do colégio...Denilson ReisDenilson Reis[email protected]ContributorProfessor de História, músico e fanzineiro. Formado pela UFRGS é professor da Rede Publica do Estado do Rio Grande do Sul desempenhando atualmente a função de Vice-Diretor. Edita o Tchê, zine de quadrinhos desde 1987 e publica nomes consagrados do quadrinho nacional, o que levou o zine a receber o Troféu Risco. Recentemente saiu o CD-ROM Tchê Vol. 1 com os 20 primeiros números em versão digital. Denilson ainda é um dos responsáveis pelo site A Trincheira (www.atrincheira.com.br) produzido por historiadores do município de Alvorada/RS.Impulso HQ
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Rio Grande do Sul não é aquele Estado onde a governadora está afundada até a alma em corrupção? Isso é só bomba de fumaça para jogar à mídia, tentando fugir do assunto da corrupção do governo da velha Yeda…