Palestra Emílio Baraçal na Comic Fair: Como foi – Parte 2
A segunda palestra de Emílio Baraçal na Comic Fair foi sobre “A Rotina de um roteirista”, ele ainda apresentou para o público mais duas palestras de temas diferentes e reapresentou todas elas nos últimos dias do evento!
Baraçal começou apresentando algumas leis que todos os roteiristas devem seguir. São elas: Acordar cedo – “para produzir muito e ter o que mostrar”, informou.
Rigidez nos horários – “Estipule uma quantia de horas trabalhadas por dia ou horário fixo diário”; esta segunda lei, de acordo com Baraçal, é fundamental, essencialmente para aquelas pessoas que, por trabalharem em casa, acabam tendo seu ofício interrompido várias vezes ao dia.
Não pense no tamanho do projeto – “[Se você pegou um projeto grande], ao invés de pensar em quando ele ficará pronto, estabeleça metas diárias”. Essa é uma lei muito boa para seguir, principalmente porque evita ansiedade e nervosismo.
Bloquinho de papel e caneta – Obviamente, se você já pensou em seguir a carreira de roteirista, sabe da importância desses materiais, principalmente para o registro daquelas inspirações fugazes que aparecem quando fazemos qualquer atividade. “Esses dois itens devem ser parasitários em sua vida”, ressaltou Baraçal.
Pesquise – O roteirista destacou bastante a importância da pesquisa do dia a dia do profissional.
Internet e videogame não existem – “Não precisa explicar por que, né?”, brincou.
Aprenda a negociar – O palestrante frisou a relevância desse assunto e citou como exemplo da falta que essa característica pode fazer o caso da dupla Jerry Siegel e Joe Shuster, que criaram uma das maiores marcas do mundo e venderam os direitos do personagem (estamos falando aqui do Super-Homem, para os mais desavisados) por poucos dólares.
Não se feche em seu mundo – Baraçal disse que é muito importante para a formação de um roteirista escrever histórias para as mais diversas mídias como teatro, cinema, HQ, publicidade etc.
Ature a ignorância alheia – “Na ânsia de ver seu trabalho pronto, muitas pessoas [sem nenhum conhecimento da técnica de se escrever roteiros] dão opiniões de como conduzir sua história. Evite e não leve em consideração esses comentários”, avisou.
Trabalho em conjunto não é para todos – O palestrante alertou que essa prática às vezes pode facilitar, mas lembrou que trabalhar em conjunto significa dividir também as mesmas ideologias e atitudes éticas e que qualquer desentendimento nessas áreas, ou em outras, podem por fim ao projeto.
Seja flexível – “O cliente faz sua rotina”, informou Baraçal.
Encerrando a apresentação dessas “leis”, que todo criador de história deve seguir, o palestrante deu continuidade à exposição da rotina de um roteirista, agora focando no período em que os roteiros são desenvolvidos:
Não há receita de bolo – Baraçal informou o público quanto a importância de criar seu próprio processo de rotina e estruturação de uma história, mas deixou claro que isso é algo natural que virá com o tempo e com a prática.
Atualize-se – O palestrante comentou que reserva aproximadamente duas horas do seu dia assistindo noticiários, “pra ele ver o que pode tirar disso e acrescentar no trabalho”, disse.
Agenda – “Monte uma agenda de todo o processo de roteirização e obedeça o cronograma”
Ache o assunto e a abordagem.
Faça uma página de orientação – “Escreva o que inicialmente você imaginou para a história”. Segundo Baraçal, é essa página que vai fazer você não se perder pelo caminho.
Esboce o roteiro – O roteirista recomendou colocar num papel as partes da história: a apresentação, a estrutura, os pontos de virada etc., para ter uma noção de como ficará a estrutura da narrativa.
Pesquise, pesquise, pesquise.
Refaça o esboço – “Com o material da pesquisa, veja o que você pode acrescentar na história”, informou.
Crie os personagens – Atenção especial com essa parte. “Você deve conhecer os personagens mais do que a você mesmo”, enfatizou o palestrante.
Comece a escrever (finalmente) – Com toda as etapas anteriores concluídas, essa é a hora que Baraçal recomenda às pessoas sentarem na frente do computador e começarem a escrever o roteiro. Mas alertou dizendo que esta seria apenas a 1ª versão do roteiro, isso quer dizer que terão outras. “A 1ª versão só serve para mostrar o que não funcionou na história”, nos ensina o roteirista.
Reescreva – Segundo Baraçal, esta etapa deve ser refeita quantas vezes forem necessária até a história ficar redonda. “A reescrita é o que conta, eu já cheguei a reescrever um roteiro 23 vezes”, disse.
Buscar erros no roteiro – Essa é a etapa em que se deve procurar por um eventual objeto que estava num lugar e vai para outro, um relógio que ora aparece no braço esquerdo, ora no direito etc.
Finalizar o roteiro e enviá-lo para o editor – “E se aprovado, não durma, hiberne. Mas fique esperto para esclarecer as dúvidas do desenhista”, disse Baraçal finalizando a palestra.
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