Marvel assume erro e troca a capa variante da nova Iron Man
Há algum tempo a Midtown Comics em parceria com a Marvel Comics resolveu começar a vender antecipadamente o número 1 da nova série de Iron Man, aquela que trará Riri Williams por trás do traje vermelho e dourado… mas parece que uma das capas não agradou muitos alguns fãs, tanto que a “Casa das Ideias” assumiu o erro e cancelou a capa por uma nova.
Se você anda ligado por aqui, já sabe que desde julho desse ano a Marvel anunciou a passagem da armadura do Tony Stark para uma estudante de apenas 15 anos do MIT, Riri Williams. A menina é um total crânio, já até postamos matéria aqui no Impulso HQ e falamos dela no nosso programa dos #15MinutosdeImpulso.
A super-heroína que terá o nome de Ironheart ganhou seu número 1 com uma capa variante desenhada por J. Scott Campbell, só que acontece que o artista apimentou um pouco demais as coisas para uma menina com apenas 15 anos…

Não podemos negar ao fato que essa roupa e essas curvas estão um pouco exacerbadas para uma personagem de 15 anos (pelo menos eu não era assim). O fato é que a capa gerou muita polêmica e reclamações por estar objetificando uma personagem negra de apenas 15 anos, e vamos combinar que, já estamos em 2016, esse padrãozinho de heroína sexy já foi por água abaixo. A Marvel Comics não precisa disso para vender quadrinho, gente!
Foram tantas as críticas que a editora cancelou a capa em apenas um dia e Campbell redesenhou a capa variante, colocando Riri em sua armadura completa de Ironheart.
Vale lembrar que a capa é apenas uma variante e dentro da HQ havia imagens em que de Riri não objetificada, como a própria Marvel divulgou nas artes de Stefano Caselli.
Brian Michael Bendis, o roteirista da série, declarou sua opinião sobre o fato em sua página do Tumblr. O roteirista afirma que não tinha visto a capa finalizada até as críticas aparecerem no Twitter, mas concorda com a alteração e em suas palavras “se eu tivesse visto um rascunho ou algo assim, teria expressado preocupações. Tenho certeza de que a próxima versão será incrível.”
Campbell lamentou a decisão e diz ter sido infeliz e ainda afirmou que estava tentando retratar uma jovem atrevida a flor da idade.
Não vamos atirar pedras no artista, com certeza ele não fez por mal, só que vai bem pensar que em um contexto atual com tanta representatividade e as minorias com a voz cada vez mais alta, será que uma jovem negra, crânio do MIT, gostaria mesmo de ser representada com tanto sexy appeal?
https://impulsohq.com/quadrinhos/marvel-assume-erro-e-troca-capa-variante-da-nova-iron-man/https://impulsohq.com/wp-content/uploads/2016/10/iron-heart-2.jpghttps://impulsohq.com/wp-content/uploads/2016/10/iron-heart-2-300x300.jpgquadrinhosBrian Michael Bendis,Iron Man,Ironheart,J. Scott Campbell,Midtown Comics,Riri Williams,Stefano CaselliHá algum tempo a Midtown Comics em parceria com a Marvel Comics resolveu começar a vender antecipadamente o número 1 da nova série de Iron Man, aquela que trará Riri Williams por trás do traje vermelho e dourado… mas parece que uma das capas não agradou muitos alguns fãs,...Barbara HeliodoraBarbara Heliodora[email protected]ContributorFormada em Têxtil e Moda; libriana indecisa, sou a louca dos horóscopos. Típica menina que cresceu assistindo a filmes da Disney, mas tinha a Xena como heroína preferida e adorava as personagens mais loucas das histórias. Uma pitada da insanidade da Harley Quinn, da ironia de Beetlejuice, o misterioso do Cheshire Cat e toda a complexidade da Bruxa Má do Oeste (em sua melhor versão de Wicked) na ruivice de Natasha Romanova.Impulso HQ
Não vi “erro” nenhum.
Afora que não há erro algum, exceto na mente maliciosa daqueles que querem impor a censura do politicamente correto, o artigo é ruim pra caralho!
A autora afirma que: “-quando tinha quinze anos, não tinha aquele corpo…”.
Pois bem, sempre fui fã de quadrinhos e nunca tive o porte físico atlético dos heróis (alguns) que leio até hoje. Aliás, posso falar aqui praticamente em nome da maioria dos leitores de quadrinhos, que nenhum de nós tem atualmente ou terá corpos de fisiculturistas como o Demolidor, Superman, Deadpool etc
Temos sim, corpos normais, tendendo para o sobrepeso, possivelmente com um excesso abdominal, mas nenhum de nós sente-se ofendido por esse suposto ideário perfeito não.
Ainda, rs, dizem que a capa gerou polêmica por objetificar uma mulher negra sendo que, se fosse uma loira, ruiva, albina, asiática a “Ironheart”, criticariam por não ser uma afro descendente.
Quando vocês agem dessa forma, além de estarem sendo chatos além do limiar de resistência à frustração, estão censurando e tolhendo a criatividade de artistas.
E pior, estão agindo assim, por pessoas que não se interessam por quadrinhos.
Findo aqui, alfinetando a pseudo autora, vez que ela com quinze anos não tinha aquele corpo e, hoje, com bem mais idade sequer estudou no ITA, ou outro conceituado instituto.
Quadrinhos são ficção, mera diversão, e são sustentados com o dinheiro de gente que lê e compra.
Só por essa, saibam que EU NUNCA vou comprar nenhuma edição dessa Ironheart pra colaborar com o fracasso dessa abordagem.
Realmente o feminismo é algo que incomoda muito alguns…
Isso é um assunto polêmico, se você não concorda ótimo (na verdade não, mas tudo bem); agora não vamos ofender neah, amiguinho?!
Quem me conhece sabe que eu faço o lado feminista e defendo um mudança da representação das mulheres nos quadrinhos, não estou falando que todas as heroínas devem deixar de ter corpo idealizados, mas que já está na hora dos grandes estúdios deixarem de seguir isso à risca, principalmente por Riri ter apenas 15 anos, ela não deveria se tornar um objeto sexual de ninguém! Sexualizar uma Viúva Negra e uma Mulher Maravilha, é bem mais OK!
Mas enfim, em breve sairá no canal um vídeo em que discutimos sobre isso, convido vocês dois a assistir, mas de cabeça aberta aos argumentos meus e da Aninha.
Nada a ver ainda.
Minha intenção não foi ofender, mas se meu posicionamento direitista.
Mas a meu ver, o feminismo é essa coisa abominável mesmo. Simone de Beauvoir me causa náuseas.
Eu não caio nos métodos do pessoal de esquerda, principalmente, de “guerra assimétrica”.
Se você acha isso absurdo, salvo engano, no final da década de 90, quando a editora Globo publicou por mais de um ano vários títulos da Image Comics, tinha um do Studio Wildstorm, que lançou um título de Gen 13, que tinha personagens masculinos e femininos, e até uma lésbica, e eram todos adolescentes ou recém saídos da adolescência.
Se eu for te falar de 1960 pra frente, de personagens negros, mulheres e outros que foram protagonistas de destaque, você verá que essa exigência por representatividade de minorias é uma furada.
Primeiro: não vamos confundir feminismo com orientação política, sim? Ser de esquerda ou de direita não tem NADA A VER com ser feminista.
Segundo: como você quer discutir feminismo, eu te convido a estudar um pouco mais o movimento. Quando falamos dos corpos das personagens femininas não estamos criticando o fato delas possuírem corpos esculturalmente impossíveis, afinal até mesmo os personagens masculinos apresentam esses corpos exagerados de fisiculturistas (inclusive é um fator que varia em proporção de acordo com o traço do ilustrador). Mas quando falamos em MULHERES o problema é a objetificação e demasiada sexualização da mulher. O feminismo preza pela igualdade entre homens e mulheres, porém machistas de plantão ainda tem essa visão de que a mulher é apenas um objeto, como se o corpo da mulher fosse algo que pudessem pegar quando bem entendessem.
O problema com os quadrinhos, seria que as mulheres quase sempre aparecem com os corpos objetificados. Entenda, não estou criticando as curvas! Estou criticando a forma como elas são apresentadas.
No caso da capa da Riri, o problema é justamente colocar uma menina de 15 anos com um corpo incompatível com a sua idade (inclusive, foi o que a autora do texto quis dizer com a frase que você interpretou erroneamente).
Terceiro: NUNCA ofenda alguém durante uma discussão civilizada. Estamos aqui discutindo o assunto que é a capa variante da IronHeart, não estamos falando sobre a autora do texto que expressou a opinião dela de maneira educada. Por isso, a última observação feita pelo autor do segundo comentário nesse post É EXTREMAMENTE DESNECESSÁRIA E OFENSIVA. O autor perdeu a pouca razão que tinha ao ter que reforçar seus argumentos com uma frase tão ignorante, depreciando as decisões profissionais da autora do artigo, assim como retirar dela o direito de autoria do texto ao chamá-la de “pseudo autora”. Tal termo que sequer existe e sai das linhas da boa educação.
Quarto: Foi colocado na discussão o fator da representatividade (algo que defendo com unhas e dentes). Novamente tentaram falar de algo que não compreendem. Não se critica a existência de personagens loiras, héteros, brancas e ocidentais. O pedido por uma maior representatividade é justamente para que os quadrinhos explorem a existência de diferentes etnias, orientações sexuais e características físicas.
Por fim (e eu cito) “Quadrinhos são ficção, mera diversão…” portanto diferentes pessoas tem acesso a essa cultura, especialmente crianças que começam a conhecer o mundo através da dita ficção. Então colocar personagens com características diferentes nos quadrinhos é algo extremamente importante (especialmente no caso de grandes editoras), é preciso mostrar aos leitores afro descendentes, orientais, pertencentes a comunidade LGBT ou com algum tipo de deficiência, que eles não estão sozinhos no mundo e que eles podem ser o que quiserem. Podem perseguir sonhos, independentemente do que os preconceituosos de plantão dizem para eles. Crianças se inspiram em seus heróis ficcionais, então imagine a felicidade de uma menina afro ao ver uma personagem como Riri, alguém com quem essa criança pode se identificar.
Se mesmo assim, representatividade parece um assunto furado. Meus pêsames para as pessoas que não conseguem ver além de seus umbigos.
Filha, se você tivesse lido quadrinhos desde meados de 1984, não viria com essa baboseira de representatividade.
O fato é que não gostei desta abordagem, e mesmo escrita pelo Bendis, vou boicotar, não compro!
Acho a discussão sobre esses assuntos é muito interessante e saudável, as pessoas emitirem suas opiniões. Mas o outro lado da moeda é – como aconteceu com aquele desenho da Mulher Aranha do Manara – quando uma coisa não é legal, evita-se que se espalhe, mas em tempos de internet é curiosa que a imagem acaba tendo talvez uma divulgação maior do que teria se fosse publicada na revista. Acredito até que os leitores e não leitores ficarão sabendo dessa imagem mais ainda devido a essas discussões – que como eu disse, acho que devem acontecer mesmo, claro que com respeito às opiniões dos outros, senão vira briga. – penso até que pelo fato da capa não ser publicada na revista e ser divulgada dessa maneira, pelo mundo afora as pessoas irão salvá-la e muitos colecionadores ou não, irão imprimir essa capa que não foi publicada e por no meio da revista como uma capa variante. Ou seja, ela foi publicada e se tornou conhecida com mais interesse. Eu concordo até que p/ a imagem de uma menina de 15 anos as curvas estavam um pouco exageradas… para os tempos de hoje. é claro.
Então eu preciso ter mais de 40 anos para entender de quadrinhos?
É melhor as editoras se cuidarem então, porque o mercado vai acabar em um par de décadas.
Se não te convenci quanto a representstividade, uma pena.
Relaxa que a gente compensa seu boicote :3
Convenceu não.
Pelo contrário.
E olha, que eu não sou branco, e dispenso essa besteira de representatividade, que no final, viola o princípio de igualdade.
Me cite um guitarrista branco que seja tão bom quanto foi Jimmi Hendrix.
Ademais, a sua pouca experiência de leitura redunda no fato de que você desconhece que já na década de 1970, havia personagens afro descendentes espetaculares, protagonizando títulos próprios, a exemplo do Pantera Negra e Luke Cage (que não foi criado pela Netflix como os da sua geração pensam).
Em 80, já haviam personagens homo, como a Silhouette e Ozymandias em Whatchmen, e a Tristan em Camelot 3000 e não havia ninguém enchendo a paciência dos outros por “representatividade”.
Toda causa provoca resistência, toda ação provoca uma reação. Com o feminismo vocês conseguem só antipatia, nada mais.
E olha, que eu sou pai de garota.
Faz assim mesmo, compensa o boicote meu, e de outros.
Quando o título for cancelado, como tem ocorrido com a maioria dos demais, a matemática provará quem tinha razão.
Aliás, perceba que as editoras tem sobrevivido principalmente, de republicação de material antigo e, isto é indício que as fórmulas atuais não tem funcionado e agradado…
Realmente é um assunto polêmico. Não concordo com tudo que foi dito aqui, principalmente com a afirmação que leitores jovens desconhecerem material antigo. Uma coisa não está associada à outra. A maioria desconhece, mas não podemos generalizar. Acho bacana você ter falado da Silhouette, Pantera Negra ou Luke Cage, mas vamos ser realistas, eles nunca foram personagens “carro chefe” das duas maiores editoras de quadrinhos de super-heróis. A Silhouette então é um caso totalmente à parte, fora que eles eram vistos em títulos quase que alternativos ou para públicos mais específicos. Acredito que quando esse assunto todo de representatividade é citado, é justamente, englobando o mainstream, os títulos que atingem a massa, e aí sim, há uma falha que está sendo corrigida nos últimos anos.
Sobre a capa, sinceramente sou totalmente contra a Marvel ter recolhido o material e não acho um erro, principalmente porque não era a capa oficial, e sim uma variante. Exagero ou não, o que mais me preocupa nessas reações é o fato que a impressão que fica é que não há mais liberdade de traço ou estilo, o que considero um retrocesso, principalmente para os desenhistas que lutam tanto para conseguir conquistar o seu próprio estilo.
Enfim, o Impulso HQ sempre está aberto às discussões, por isso, também fizemos um vídeo falando sobre o assunto:
https://youtu.be/4whHtS5EVfY
Abraços
Xará, seus argumentos estão excelentes, embora não concorde na plenitude, a forma como você apresenta não causa “reação”, um provável rebate de argumentos.
Os exemplos que citei, fiz de forma rápida, com o que me ocorreu à memória da época em que eu lia Superaventuras Marvel e outras publicações de mix variado.
Particularmente, minha predileção sempre foi por estes personagens, as vezes tido como secundários, urbanos até.
De toda forma, penso que a questão da representatividade é inválida e o espaço há que ser conquistado com base no mérito.
Vejamos de novo, o exemplo do Hendrix, do Samuel L Jackson, Morgan Freeman, Diamond Rowe, Tamar-kali etc.
Penso que talvez, a representatividade vá se dá naturalmente e gradualmente.
Os indianos tem feito isso com muita propriedade na atualidade.
O Japão pós segunda guerra o fez também, vez que nos mangás, os personagens são de maioria absoluta asiática.
Ainda, misturar ideologias nefastas, digo, “pseudo ideologias” com quadrinhos é algo que só denigre a nona arte. Não há nexo causal entre socialismo, feminismo e nazismo com quadrinhos.
E só pra fechar, e que ninguém venha falar das virtudes do feminismo, eu vou respeitar isso, quando nos protestos dos militantes disto, não tiver pessoas defecando e urinando em via pública.
É @Ana Leinfelder, parece que não está sendo possível compensar o meu “boicote” não…
http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/books/news/marvel-comic-book-sales-falling-vp-diversity-women-a7662771.html