André Diniz revela que a própria depressão foi motivo de inspiração
Um dos mais conhecidos e premiados autor de histórias em quadrinhos do Brasil, André Diniz encara o segundo semestre de 2015 como um dos períodos mais produtivos e criativos de sua trajetória. E a vazão para tamanha inspiração é digital.
Artista experiente, André se mostra também um autor em busca permanente por um novo meio de expressão. Esta foi a motivação para a criação do site Muzinga em 2013, que a princípio contava apenas com HQs escritas e desenhadas por André e colorizadas por sua esposa, Marcela Mannheimer. A constituição de uma equipe com outros talentos deu-se pelo volume de trabalho imposto pelo projeto de atualização semanal e pela possibilidade de ampliar o espectro criativo do acervo de Muzinga.
Uma das histórias apresentadas pelo site conta também um importante capítulo da biografia do autor. O projeto Muzinga enfrentou um contratempo e uma suspensão inesperada: um diagnóstico de depressão em 2014, percalço que André reverteu a seu favor e transformou-o em inspiração para criar. A série “Depressão Zen” conta a história do próprio autor e sua relação com a doença, que até então jamais estivera presente em sua vida.
— Nunca tive uma personalidade depressiva, sou uma pessoa otimista que se sente feliz com as coisas simples. Nunca tive os sentimentos mais evidentes de depressão. A minha primeira suspeita foi uma perda da sensação de prazer e recompensa. De 2011 pra cá, tive com certeza a melhor fase da minha vida, com sucessos profissionais, a publicação da minha HQ “Morro da Favela” na França, Portugal e Inglaterra, lançamentos e exposições na Europa. Várias questões familiares e pessoais também tiveram ótimos desfechos. Porém, a cada coisa maravilhosa que acontecia, mais indiferente eu ficava — revela o quadrinista, cujo tratamento com medicação tem produzido resultados felizes: — Acho que nunca escrevi tanto, nunca tive tantas ideias ao mesmo tempo. Em termos de criatividade, este é um dos períodos mais ricos — confidencia.
Sobre o espaço da internet como veículo de publicação, André, que já teve uma experiência do gênero, não crê em substituição do papel pelo digital:
— A produção de quadrinhos no Brasil, por mais que esteja em um momento incrível, ainda guarda uma série de obstáculos entre autor e leitor. A distribuição é restrita e difícil e o papel impõe uma série de limitações à produção. No digital, a HQ pode ter qualquer formato, número de páginas ou periodicidade. No entanto, eu não acredito em uma oposição entre digital e papel, e sim em uma colaboração — explica.
A criatividade pujante de André encontrou em uma equipe de colaboradores a parceria perfeita para a produção de histórias em quadrinhos que são sensíveis, inteligentes e sofisticadas. Os quadrinistas Antonio Eder, Jefferson Costa, Pri Wii e Tainan Rocha, além da colorista Marcela Mannheimer, esposa de André, enriquecem as histórias do site Muzinga com seus talentos em roteiro e traço.
As HQs de Muzinga.net são atualizadas todas as terças-feiras — todas inéditas e publicadas exclusivamente no site. Entre os temas das histórias estão a busca por um lugar no mundo, a luta pelo recomeço em uma nova vida e a solidão na cidade de São Paulo.
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