Adaptações valem a pena?
Eu tenho um pouco de pé atrás com adaptações de grandes romances para quadrinhos, principalmente quando são feitas voltadas para escolas, de maneira extremamente didática. Sei que muitos estudantes têm preguiça de ler os grandes clássicos. Eu mesma era uma dessas alunas e só li muitos romances depois de ter passado a adolescência.
A lista de adaptações é gigante e engloba bastante a literatura brasileira, aquela mais adotada pelas escolas. Editoras como a Escala Educacional ou Ática já possuem dezenas de títulos. Esta última acaba de lançar O Alienista, de Machado de Assis, O cortiço, de Aluísio Azevedo e O Guarani, de José de Alencar (R$ 22,90).
Muitas vezes, estas adaptações ao invés de funcionarem como complemento ao material didático, acabam por tomar o lugar do romance nas salas de aula. Será esta a maneira correta de utilizar os quadrinhos na escola?
Por outro lado, não vejo motivos para não se usarem boas adaptações, aquelas que estão muito mais empenhadas em engrandecer o estilo do que simplesmente fazer uma versão simplificada e fácil de ler. Exemplo maior disso é o belo exemplar de O Alienista feita pelos irmãos Fabio Moon e Gabriel Bá.
Repleta de detalhes, com excelente traço e paleta de cores simples, mas muito bem usada, esta pode ser considerada um grande exemplo para outros autores e editoras que buscam esse nicho. Um bom exercício pode ser a leitura dos originais e um debate com os quadrinhos em mãos.
Não é legal ter uma enxurrada de adaptações, sendo que nem todas têm apreço pelo estilo em si. Afinal, o material usado nas escolas pode, deve e merece ter qualidade, para – aí sim – incentivar a leitura.
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Olha, isso é muito relativo. Na minha escola este ano a professora de língua portuguesa fez um trabalho ótimo com os alunos, usando adaptações de literatura. Os alunos leram primeiro a adaptação e depois pegaram o livro original. Ela disse que o resultado foi muito bom. Acho que tudo depende do direcionamento que o professor dá ao trabalho e a forma como usa o material.
Natania, vc tem razão. A maneira como o professor conduz, faz toda diferença! Obrigada pelo comentário, bjos!