Lançado há mais de 200 anos, o poema que inspirou gerações é um marco na literatura mundial
“Nunca mais”
Uma frase enigmática, dita por um pássaro sombrio, numa noite de solidão. Um clássico atemporal, que inspira filmes, peças e permeia a imaginação dos leitores. O que é fantasia e o que é realidade? Era apenas a dor de uma perda ou um recado vindo do além? Há quem diga que foi um pesadelo, e outros que sabem que era um presságio. A verdade é que a ave era enfática e o homem sabia, nunca mais a vida seria como antes.
A Faro Editorial lança este mês uma edição especial do clássico de Edgar Allan Poe, “O Corvo”. Com tradução de Thereza Christina Rocque da Motta, a obra-prima de Poe chega as livrarias numa edição capa dura e bilingue, com as ilustrações originais de James Carling.
Um homem atormentado pela morte da amada é despertado pelo barulho incessante de um corvo, e a trama que se desenrola no poema demonstra tanto a genialidade do autor quanto os demônios que ele carregava.
“The Raven” é o texto fundador de apresentação da Filosofia da Composição, proposta pelo autor, em que afirma que a boa escrita nasce de um processo metódico e analítico, e não intuitivo. Poe escreveu diversos livros e contos, mas nenhuma outra história atraiu tantos leitores e tamanho reconhecimento pela crítica especializada.
“O Corvo” foi publicado dois anos após a morte precoce da esposa de Poe. E o autor não teve tempo para ver o sucesso de sua obra. Morreu na miséria e sem saber que seu corvo seria adaptado para TV, cinema, séries, cartoons e teatro por sua carga dramática, perene e universal.
Edgar Allan Poe nasceu em Boston em 19/01/1809 e faleceu em Baltimore em 7/10/1849. Foi poeta, contista, editor, crítico literário e trabalhou em diversos jornais em Richmond e Nova York, onde publicou diversas de suas histórias.
Poe foi um dos primeiros contistas americanos e é considerado o inventor do gênero de ficção policial e científica, e o primeiro a tentar sobreviver como escritor. Casou-se em segredo com sua prima Virginia, de 13 anos, que veio a falecer 11 anos mais tarde de tuberculose, dois após a publicação de “O Corvo”, em 1845.
Em 1839, foi publicada, em dois volumes, sua coleção Tales of the Grotesque and Arabesque (traduzida para o francês por Baudelaire como Histoires Extraordinaires), que, apesar do insucesso financeiro, é apontada como um marco da literatura norte-americana. Entre seus vários contos famosos estão “O gato preto” e “Os assassinatos da Rua Morgue”.
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