Resenha Mangá: One Punch Man
Todos os anos rola aquela expectativa para saber qual editora brasileira vai pegar AQUELA série queridinha da estação. Foi assim com Ataque dos Titãs (ponto para Panini), Magi: O Labirinto da Magia (ponto da JBC) e Madoka Magica (esse gol foi da Newpop). E quando rolou o espolio de guerra, após a Conrad oficialmente dar seus últimos suspiros, tanto a JBC quanto a Panini abocanharam os títulos arrasa quarteirões (Saint Seiya, One Piece e Dragon Ball).
Em 2015, a menina dos olhos dos fãs de animação japonesa era One-Punch Man e foram abertas as apostas para qual das três principais editoras iria ser o lar tupiniquim do mangá. A questão foi respondida na edição daquele ano da Comic Con Experience, quando a editora chefe Beth Kodama anunciou que o titulo seria lançado pela Panini.
Confesso, sem nenhuma vergonha, que dentro os últimos lançamentos nacionais poucos me empolgaram tanto quanto o anuncio de OPM (One-Punch Man). Graças ao Tumblr (e a quantidade de BL que ele joga na minha cara todos os dias) Saitama, Genos e todos os heróis e vilões que sempre vagão pelas ruas desertas da Cidade Z tornaram-se uma de minhas produções favoritas dos últimos tempos.
A Panini também se empolgou com sua nova aquisição e em parceria com a livraria FNAC Pinheiros, em São Paulo, organizou um evento de lançamento para OPM, com distribuição de brindes, palestras e anunciou de outros títulos para 2016 e até uma maquina de socos para que os visitantes testassem sua força. Depois da JBC e da Newpop, é bacana ver que a filial brasileira da Panini resolveu se aventurar em eventos próprios, e não depender apenas das grandes convenções para dialogar diretamente com seus leitores.
OPM começou como uma descompromissada HQ online lançada em 2009, escrita e ilustrada por One (um desenhista por hobby) e que acabou caindo nas graças do publico (mesmo o traço sendo mais feio que o Freeza depois de apanhar do Super Saiyajin). Em 2012, o mangáka Yusuke Murata (desenhista de Eyeshield 21) começou a produzir o remake do mangá, publicado na revista digital Young Jump Web Comics da editora Shueisha.
E é essa versão que chega agora ao Brasil.
Tá, beleza, depois de tudo isso, como ficou a edição?
Sendo sincera, estava apreensiva com a versão brasileira do quadrinho. O traço de Murata é incrivelmente detalhado, que perderia detalhes num papel de qualidade baixa e transparente, a tradução e adaptação dos nomes e honoríficos, além do detalhe da orelha da edição japonesa, que faz um efeito 3D que eu tinha certeza que seria deixado de lado na edição brasileira.
Mas a Panini me surpreendeu. A edição está com um acabamento incrível, papel offset com boa gramatura, ótima impressão, tem um marcador de paginas de brinde e manteve não apenas os nomes originais e honoríficos como também as orelhas da capa! Panini sua linda! Retiro todas as ofensas que disse desde que vocês colocaram Zone-00 na geladeira!
Há também algumas ilustrações e o tradicional glossário que a editora inclui em todos os seus títulos, que sempre vale uma consulta.
No quesito tradição e adaptação, a qualidade segue a média da editora, com ressalva apenas a escolha do lema de Saitama, mas nada que comprometa a leitura. (Ok, eu fiquei mimizando porque gostava de “sou um herói por diversão” em vez de “por hobby” como está no volume. Sou uma marmota dramática).
O preço da edição pode assustar a primeira vista (R$ 16,90), mas compensa cada centavo de investimento e como a publicação é bimestral (que em linguagem nacional quer dizer que sai quando Deus permite) não vai ficar tãaaaao pesado no bolso no fim do mês.
O mangá não perde muito tempo em explicações e contextualizações. O mundo vive em perigo, devido a ameaças de monstros que criam caos, morte e destruição por onde passam. Para combatê-los existe toda uma associação de heróis, das mais diversas habilidades e forças.
Dentre esses salvadores está Saitama, um cara careca, de uniforme amarelo e capa e uma eterna expressão de tedio/tô nem aí pra vida em seu rosto. Apesar da aparência, ele é o herói mais poderoso conhecido, podendo derrotar qualquer inimigo com um único soco, o que só aumenta a depressão do cara, que devido a sua força absurda não sente mais as emoções das batalhas.
Nesse primeiro volume acompanhamos esses dilemas e a rotina de Saitama, e a chegada de Geno, um cyborg de 19 anos que quer vingar sua família e insiste em ser trenado pelo careca da capa. Para quem assistiu o anime (abençoada seja a internet ilimitada), o mangá tem uma história extra, que não foi adaptada para as telas, com a infância de Saitama antes de se tornar o herói de um único soco. Vale a pena conhecer!
One-Punch Man – Vol. 01
Editora Panini
Série bimestral
Autores: ONE e Yusuke Murata
208 páginas
13,7×20 cm
R$ 16,90

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