Em seu primeiro passo para estabelecer o “Universo Cinematográfico Marvel da Sony”, o filme “Venom” chega como anti-herói e limita-se em sua própria estória. Expectativa em torno da produção está alta por dividir opiniões: de um lado aqueles que consideram a produção desnecessária e do outro, os curiosos apostando em uma boa adaptação de um excelente arco das HQs.
Com uma boa cena de introdução, semelhante ao episódio da série animada do Homem-Aranha, os alienígenas são trazidos à Terra pela Fundação Vida. A trama se passa em São Francisco, um distanciamento geográfico inteligente para justificar não ter a interferência do universo Marvel, mais especificamente, do Amigão da Vizinhança.
O Eddie Brock de Tom Hardy mantém a essência dos quadrinhos: um jornalista investigativo, embora não seja do Clarim Diário. Na trama, ele tenta se redimir de um incidente em Nova York, que não é explorado mais do que apenas uma menção.
Com a chance de entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o milionário fundador da Fundação Vida, logo após um acidente com foguetes da companhia que partiram em uma expedição, Brock desconfia dos experimentos da Fundação Vida para aprimorar a vida humana e durante as investigações para uma matéria, ele é infectado.
As boas cenas de perseguição pelas ruas de São Francisco são excelentes para mostrar os poderes do Venom e estabelecer uma conexão entre os dois personagens. As conversas entre Eddie e Venom funcionam bem no início e fazem uma digna referência à “O Médico e o Monstro”, mas a solução encontrada para que Eddie não tenha que estar sempre em frente ao espelho, lembra um personagem de MIB.
Michelle Willians está um pouco apagada no filme e apenas cumpre o papel de par romântico, porém, a maior falha da produção está no vilão, que, infelizmente, tem sido um ponto recorrente nos filmes da Marvel e neste não foi exceção.
Riot tem uma longa jornada até chegar a São Francisco e a resolução, apesar de contar com uma cena de luta excelente, fica um pouco preguiçosa. Novamente foi usado um vilão com poderes semelhantes ao do herói em um filme de origem, e isso desanimar a princípio, mas a motivação do vilão é interessante e conta com uma cena de luta final espantosa.
Não se deixe levar pelas primeiras impressões extremistas que saíram na impressa internacional comparando Venom aos desastres de Mulher Gato e Quarteto Fantástico (2015). O filme da Sony Pictures em associação com a Marvel está longe de ser um desastre, mantém a essência do personagem mesmo sem a aparição do teioso, cria boas cenas de ação e tem até algumas pinceladas de “humor Marvel”.
Venom é uma boa diversão para assistir e que agrada os fãs menos hardcores e que não esperam uma cópia de “Protetor Letal”, HQ dos anos 90 que serviu de inspiração para o filme.
P.S.: Fiquem até o final dos créditos, são duas cenas extras que merecem ser vistas.
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