Nós assistimos: Transformers: O Último Cavaleiro
Encarar uma sessão de Transformers: O Último Cavaleiro é um desafio. Isso porque durante toda a projeção não se sabe qual comportamento adotar: o de simplesmente não ligar para nada além dos efeitos visuais ou buscar entender a história enquanto tenta-se não embaralhar com o bombardeio de informações confusas arremessadas.
Ok, lógica nunca foi o forte do diretor Michael Bay, mas se Armageddon era acéfalo, ao menos tinha começo, meio e fim e era um bocado divertido. Transformers também foi assim em seu primeiro episódio, mas de A Vingança dos Derrotados pra cá, a sensação ao assistir aos demais filmes da franquia é a de estar diante de trabalhos extremamente pretensiosos e falhos em envolver o espectador.
A narrativa de Último Cavaleiro é uma bagunça. Para começar, apresenta os robôs ainda na Idade Média, às voltas com Rei Arthur (nem ele escapou) e mago Merlin, que já prevê todo o caos que está por vir 1.600 anos depois. Adiante, são vistas incursões dos gigantes de aço na luta contra os nazistas na Segunda Guerra.
Já na fase ‘dias atuais’, começa o bate cabeça entre os personagens. Além de um Mark Wahlberg defensor dos transformers e um Josh Duhamel (péssimo) líder de uma caçada aos mesmos, há uma mocinha inteligentíssima e pressionada pela tia a arrumar namorado (Laura Haddock), uma teenager órfã que limita-se a surgir e sumir da tela acompanhada de um bebê robô (Isabela Moner) e um velhinho de ar misterioso (Anthony Hopkins), que serve para fazer a ponte entre o casal principal e contar como se dará a ameaça do fim do mundo da vez. Uma coisa eles têm em comum: são todos apáticos e sem um traço de personalidade que fuja dos estereótipos mais clichês.
Em meio a tudo isso, o elemento essencial dos filmes de Transformers: barulho. Sério, é tanto barulho que ele adia para lá de uma hora de filme a primeira explicação de porque raios os personagens não param de correr de um lado para o outro e os robôs de trocarem tiros, ofensas e golpes entre si.
Ao investir em uma trama com raízes mitológicas, a película se complica desnecessariamente. Mais ainda por polvilhar justificativas para tal entre as cenas de ação de Bumblebee, Optimus Prime (renegado a segundo plano até a meia hora final), Dinobot e os outros membros do exército de lata.
O mais frustrante é constatar, depois de quase três horas, a falta de ‘corpo’ de O Último Cavaleiro como veículo de entretenimento. Apesar de longuíssimo (e exaustivo), o filme não une suas muitas pontas e é concluído sem algo que dê sentido à sua existência. Impressiona apenas em um aspecto: é menor e mais insignificante do que seus antecessores.
Trailer:
Transformers: O Último Cavaleiro
Direção: Michael Bay
Roteiro: Art Marcum, Matt Holloway, Akiva Goldsman, Ken Nolan
Diretor de fotografia: Jonathan Sela
Trilha Sonora: Steve Jablonsky
Elenco: Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Josh Duhamel, Laura Haddock, Santiago Cabrera, Isabela Moner, Jerrod Carmichael, Stanley Tucci, Liam Garrigan, Martin McCreadie, Rob Witcomb
Produção: Paramount Pictures
Distribuição Nacional: Paramount Pictures

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