Nós Assistimos: Gotham 1889 – Um Conto de Batman

A animação Gotham 1889 – Um Conto de Batman (no original Batman: Gotham by Gaslight) adapta a história homônima que foi escrita originalmente por Brian Augustyn e ilustrada por Mike Mignola (Hellboy) e foi publicada pelo selo Elseworlds, histórias nas quais os personagens são retirados de sua continuidade e imaginados em novos cenários/situações. Aqui no Brasil, esse selo ficou conhecido como “Túnel do Tempo”.

Na trama, somos levados ao encontro de um mistério na cidade de Gotham, mas na Era Vitoriana, mais precisamente nos dias de ação de Jack O Estripador. No entanto, os paralelos entre a HQ publicada no Brasil em meados do ano 1990 e a versão animada não se estendem além desse ponto.

Diferente de animações DC/Warner que emularam o estilo de desenho dos artistas originais, o marcante estilo sombrio de Mignola, repleto de sombras duras, dá lugar a uma caracterização muito mais leve e minimalista, mas com cenários convincentes onde as cores buscam equilibrar a arte.

A animação Gotham 1889 faz uma grande imersão a diversos elementos da longeva mitologia do Homem-Morcego. Não faltam easter-eggs ou cameos. O roteiro de Jim Krieg é repleto de referências, talvez algo um pouco menos usual à época de Brian Augustin. Podemos até afirmar que a animação supere o original em certos aspectos, sobretudo na revelação das motivações de seu Jack Estripador.

No elenco de vozes originais o destaque vai para Jennifer Carter como Selina Kyle, a atriz que interpretou a possuída Emily Rose em 2005. A versão brasileira, dirigida por Bia Barros, habilmente mantém predominantemente os personagens com as vozes a que estamos acostumados. Vale sempre conferir a excelente atuação de Duda Ribeiro como Batman.

As diferenças na trama entre a HQ e a animação fazem bem a ambas. A cisão permitiu que se tornassem dois produtos diferentes (e muito bons!). Gotham 1889 – Um Conto de Batman é, sobretudo, um produto inovador dentre as demais produções DC/Warner.