A sequência do “filme solo” do filho do grande Apollo Creed chegou aos cinemas em 24 de janeiro e com ela você pode esperar muita nostalgia e pancadaria. Longa marca a despedida de Sylvester Stallone da franquia Rocky e agrada quem é fã e ao mesmo tempo diverte o espectador de primeira viagem.
Creed II traz o icônico “vilão” Ivan Drago, o homem que matou o pai de Adonis de volta para a trama, mas dessa vez o foco é em seu filho Viktor Drago, a quem ele treinou a vida inteira para se tornar um boxeador profissional.
A trama é amarrada e até espelha muitos dos pontos de Rocky IV, o filme em que esta história essencialmente começou. O que aconteceu entre Rocky, Drago e Apollo Creed afetou muitas gerações. É até possível fazer uma leitura mais aprofundada e, até psicológica da história que pode ser interpretada como as falhas dos pais sendo transmitidas como uma doença para seus filhos.
A infância de Viktor não poderia ter sido mais diferente da de Creed, ambos cresceram sem um pai para admirar. Enquanto Adonis preencheu este vazio convidando Rocky para sua vida solitária, Viktor Drago luta, pela aprovação e apreciação de um homem que provavelmente não lhe dará nem um nem outro.
Creed vs. Drago: Parte II quase soa como um fan-service forçado, mas o roteiro de Sylvester Stallone e Juel Taylor dá a Lundgren a chance de adicionar mais dimensões ao personagem, rejeitado por seu país e mulher depois que Rocky o derrotou. Ivan está desesperado para devolver a honra ao nome de Drago e juntar-se à elite russa, e Creed II o transforma de um vilão caricato em um humano compreensivo.
Michael B. Jordan e Tessa Thompson tem uma química perfeita em tela, o que ajuda no desenvolvimento dos dois personagens. Bianca não é apenas a namorada de um boxeador famoso, ela é independente e tem suas próprias metas.
O papel de Rocky nesse filme é menor, mas não menos importante. Todas as suas cenas são impactantes para o desenrolar da trama e algumas trazem lágrimas aos olhos dos fãs. Stallone repete o feito do primeiro filme e interpreta não só um “porradeiro”, mas um lutador nocauteado pela vida.
O filme se apega muito ao público que já é fã e abraça a nostalgia com uma releitura moderna muito revigorante para a franquia. As músicas escolhidas para a trilha sonora encaixam perfeitamente e o tema Gonna Fly Now composto por Bill Conti está presente, desconstruído, e às vezes, mais lento, mas ainda lá.
Creed II é sobre paternidade e legado, sobre honra e identidade, sobre o poder dos mitos e a ideia de heroísmo. Mais do que qualquer luta de boxe ou montagem de treinamento (a sequência de treino do Creed II é fantástica) a verdadeira atração desses filmes é passar o tempo com esses personagens ricamente desenhados.
O diretor Caple Jr. está plenamente ciente disso e faz de Creed II um excelente complemento para a franquia Rocky.
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