Mais uma adaptação Hollywoodiana de um mangá e desta vez acertaram em cheio!
Em 2357, depois dos eventos da que resultaram na “Queda”, restou apenas uma única cidade flutuante e abaixo a Cidade de ferro. Durante umas andanças em um depósito de sucata, o Dr. Dyson Ido (Christoph Waltz) encontra um ciborgue aos pedaços, porém ainda “vivo”. Ele o reconstrói, dá um novo corpo e ao acordar o robô não se lembra de nada do que viveu antes de ser achado no descarte.
Assim começa “Alita: Anjo de Combate”, a mais nova tentativa de Hollywood em adaptar um mangá para os seus padrões. Depois de tentativas controversas como Ghost in the Shell ou até mesmo Death Note, a produção chega em um momento em que alguns fãs (mais precisamente os leitores de mangás) estão com aquela pulga de desconfiança atrás da orelha.
Felizmente, o clássico cyberpunk criado nos anos 90 por Yukito Kishiro esteve em boas mãos. James Cameron, diretor e produtor que dispensa apresentações e tem uma carreira marcada por apresentar filmes que mudaram a história dos efeitos especiais nos cinemas, Robert Rodriguez, o diretor audacioso que tem em seu currículo obras que dosam ação e boa história como Um Drink no Inferno, A Balada do Pistoleiro e a adaptação dos quadrinhos de Sin City para as telonas.
Com toda essa bagagem e adicionando o fato dos dois serem fãs assumidos do mangá (que por muitos está no mesmo patamar de Akira e Ghost in the Shell), o filme é fiel a muitos conceitos da obra original e todo visual criado por Cameron e Rodriguez é de encher os olhos.
Na trama, Alita (Rosa Salazar) explora o mundo à sua volta na esperança de recuperar suas memórias. No meio de suas descobertas sobre seu passado, um instinto de lutadora toma conta de Alita e ela descobre um talento para a diversão local, o perigoso esporte Motorball, além do fato de que Dr. Ido é também um guerreiro-caçador, protegendo a cidade de ferro e faz um amigo, Hugo (Keean Johnson), que tenta ajudá-la em sua jornada.
A ciborgue acaba despertando o interesse de pessoas perigosas e poderosas. Isso a leva a ser perseguida pelo ciborgue Grewishka e descobertas surpreendentes sobre quem são aliados e quem são os inimigos. A amizade com Hugo acaba virando algo mais e segredos do passado de ambos complicam ainda mais as coisas quando poderosos decidem agir com mais veemência.
A complexidade e vastidão da obra original do japonês Yukito Kishiro foi um grande desafio e levou 20 anos para que o projeto conseguisse chegar às telas dos cinemas. Mais uma vez Cameron mostra porque é considerado um gênio quando o assunto é usar efeitos visuais para benefício da história. A técnica de captura de movimento alcançou um patamar visual excepcional e elevou mais uma vez o nível para os filmes no futuro.
Por se tratar de uma história de origem é compreensível um pouco de dramatização no meio da trama, isso dá a Alita mais força para lutar e acaba gerando empatia. Para quem quiser saber mais da história de Alita, o filme deu origem ao livro Alita – Anjo de combate (Pat Cadigan; pg: 406; Editora Record; R$ 49,90) que conta a história apresentada na produção hollywoodiana com mais aprofundamento na trama da ciborgue.
Como era esperado, o gancho para novas história foi deixado, e sinceramente, é muito bem vindo!
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