Nós Assistimos: Além da Morte

Você deve lembrar do filme “Linha mortal”, um clássico dos anos 90 de Joel Schumacher com Julia Roberts e Kevin Bacon. Na história, cinco estudantes de medicina decidem levar adiante um experimento que tinha como objetivo decifrar um dos maiores enigmas da Humanidade, a vida após a morte. Em 2017 ‘Linha Mortal’ ganhou um remake com um novo título nacional, ‘Além da Morte’ (Flatliners, no original).

A história não muda muito, na esperança de fazer algumas descobertas e rever sua irmã morta em um acidente de carro, Courtney e outros jovens estudantes de medicina começam a explorar um reino um tanto místico das experiências de quase morte.

Cada um deles passa pela experiência de ter o coração parado por alguns minutos e depois revividos, atingindo assim campos da memória impossíveis para qualquer pessoa comum.

Em consequência, eles expandem seus cérebros, leem mais, veem mais, porém, passam a ter visões em flash de histórias passadas não resolvidas, pesadelos da infância e começam a ser visitados por amigos e pessoas perdidas em desastres e catástrofes que tiveram seu envolvimento.

O elenco do novo remake conta com Kiefer Sutherland (que também estrelou o original), Nina Dobrev (que está ótima no papel, totalmente diferente da menina que vemos em ‘The Vampire Diaries’), Ellen Page e Diego Luna (de ‘Star Wars: Rogue One’).

Durante as quase duas horas de filme, o remake conduz um desenvolvimento tardio, ganhando peso apenas pelo elenco de respeito e que atua muito bem para um filme tenso. Temos uma boa introdução, um ambiente médico real e uma aproximação quase afagante com Courtney (Elle Page), mas que não cativa nem assusta, nem gera incômodo.
Destaque para os momentos do plano etéreo do pós-vida, que são muito bem feitos, luzes e uma real sensação de voo.

Mas mesmo sendo um bom filme, ele não se torna passivo de comparação ao primeiro, sendo bem raso, mas com uma bela mensagem ao final. Na primeira metade temos a perda de um personagem inacreditável, de uma forma simplória, o que deixa a segunda metade muito ensossa, sem peso e consistência, se recuperando apenas ao final.

No geral, Flatliners não pode ser considerado um filme ruim, mas também não ganhou seu espaço nos filmes de suspense ao redor do mundo, a receptividade tem sido bem fria. O típico filme de terror que podemos esperar para ver no Netflix.