Como fã da Disney e, principalmente, de Aladdin, eu estava apreensiva quando anunciaram o live-action da minha animação favorita. Fiquei insegura que os responsáveis não soubessem contar direito a história e torci para que não fizessem no filme A Bela e a Fera, onde o encanto da história se perde se focamos nos detalhes.
O filme com direção de Guy Ritchie e estrelado por Will Smith, Mena Massoud e Naomi Scott não só é super fiel a obra original, como corrige vários “furos” que havia na animação, como, por exemplo, ninguém questionar onde fica Ababwa.
O início do filme com “As noites na Arábia” nos mostram uma nova Agrabah, com um design mais condizente com o oriente e tâmaras ao invés de maçãs! O design de produção e o figurino estão excepcionais e mostram um cuidado com os detalhes. Os acontecimentos mudaram um pouco, mais as músicas que você cantou quando era criança estão lá.
A história do passado dos protagonistas é contada e eles têm mais tempo para se conectar. A química entre os dois é boa, o que fica ainda melhor quando cantam a música o dueto que é a cara do filme.
Mena Massoud surpreende como Aladdin. Sua voz é muito boa para as músicas e a relação com o gênio funcionou, mostrando bem uma amizade sendo construída. Atuando em muitas cenas com correria e canções, os diálogos com Jafar e o Gênio mostram que ele tem muito para mostrar.
Os pontos fracos ficaram para o vilão. Apesar de Jafar ter ganhado uma motivação muito boa para seus atos, ele perdeu um pouco o toque de vilania que tinha no desenho, você acaba entendendo o porquê dele fazer aquilo e cria uma empatia que não deveria ter. O excesso de cenas em câmeras lenta também atrapalha, sendo que uma só delas já teria satisfeito a obsessão que o diretor tem em colocar sequências assim.
A música nova, “Speechless”, feita especialmente para o longa possivelmente deve ser a indicação de música original da Disney para o Oscar. Ela dá uma força e uma voz que a princesa Jasmine não tinha, a primeira vista ficou muito Pop, perdendo uma das melhores características da trilha de Alan Menken (que também escreveu Speechless, com Benj Pasek e Justin Paul) que é você conseguir ver imaginar a história só ouvindo a música. Apesar desse toque pop, a canção explora bem uma característica da personagem que fica meio jogada na animação, o desejo de ser mais do que dizem que ela nasceu para ser.
O gênio de Will Smith cumpriu todas as expectativas e me atrevo a dizer, foi ainda melhor do que imaginava. Ele fez o personagem do jeito dele, porém com muitas referências ao gênio do Robbin Willians. Para quem conhece os raps dele, vai perceber que as músicas ganharam um novo arranjo para o ator, e isso ficou ótimo, afinal, para que fazer um novo filme se será tudo igual?
Ainda que, o gênio apareça com um visual humano em algumas cenas, não deixamos de vê-lo azulão em tela, em um CGI que responde diretamente às críticas ao primeiro trailer.
A história ganhou várias cenas novas, então algumas sequências da animação clássica tiveram que ser cortadas ou substituídas, mas nada que afetou o andamento da história ou deixou algo importante de fora. Como disse, sou fã e por isso senti falta delas, porém as novas compensam muito. Destaque para a cena de dança do Príncipe Ali/Aladdin.
Assistimos a versão legendada, mas depois de escutar as músicas da versão dublada, afirmamos com certeza que vale a pena ver nas duas. O dublador do Will Smith, Márcio Simões, solta a voz e combinou muito com o personagem.
Desta vez, pode-se dizer que a Disney acertou não só no elenco, mas no visual e no roteiro, trazendo a magia de 1992 para uma nova geração que com certeza vai se encantar com as maravilhas da Arábia.
Deixe uma resposta