Ferro e Aço nas telonas
Dois ícones dos quadrinhos norte-americanos em 2013 estrelaram novos filmes que prometiam ser o ponta pé inicial para a nova fase das grandes superproduções da Marvel e DC Comics e um novo passo para os super-heróis nas telonas. Mesmo sendo bons filmes e com megas orçamentos, Homem de Ferro 3 e O Homem de Aço não empolgaram como as produções que antecederam e que cativaram o grande público.
Homem de Ferro 3 – Nesta onda atual dos quadrinhos invadirem as telas de cinema, uma grata surpresa foi o filme do Homem de Ferro (2008). Foi muito bacana ver a armadura voando de um lado para outro, as cenas de ação embaladas pela trilha sonora da banda AC/DC e o ator Robert Downey Jr. na pele de Tony Stark – parece que o cara nasceu para interpretar este papel.
A sequência – Homem de Ferro 2 (2010) – manteve as características, mas em Homem de Ferro 3 (2013), a franquia começou a dar sinais de saturação. A história é muito boa, baseada na graphic novel “Extremis”, de Warren Ellis (roteiro) e Adi Granov (desenhos). Ok, parabéns ao roteirista, que além de adaptar a HQ, manteve a ação, drama, humor, enfim todas as características que agradaram no início da série. Mesmo assim, tudo tem o aspecto de “isso eu já vi antes”.
Faltou aquilo que Christopher Nolan conseguiu em Batman: nos surpreender!
Em Homem de Ferro 3 tudo parece o mais do mesmo. O filme é bacana? Sim! Diverte? Sim! Para quem é mais exigente e, vamos ficando com o tempo, fica faltando algo. Além disso, onde está a trilha sonora roqueira? E o personagem Mandarim? O que fizeram com ele?
Não questiono a interpretação de Bem Kingsley, esta ficou muito hilária, o problema é a caracterização do personagem. Sua história foi colocada no lixo. Após 3 filmes da série está na hora de rever a franquia ou buscar de volta a aura da chegada do personagem nas telas.
O Homem de Aço – Fizeram um bom filme do Super-Homem, mas ele não empolga. E olha que isso não tira o mérito de terem feito, talvez, o melhor filme do “Escoteiro da América”. Isso já era esperado desde que foi anunciada a participação de Christopher Nolan na produção e Zack Snyder na direção afinal. Esta dupla já mostrou o quanto é capaz, Nolan na trilogia do Batman e Snyder em diversos filmes de ação.
A produção foi muito feliz nesse recomeço. A história do filho de Kripton foi bem contada, com flashbacks mostrando a infância e adolescência de Clark Kent, com a introdução retratando a decadência do Planeta Kripton e por trazer um inimigo à altura do Superman, o também kriptoniano General Zod.
Já era esperado também, quando Snyder assumiu a direção do filme, cenas fantásticas de ação e aventura. A luta entre Superman e Zod ficou digna dos quadrinhos e lembrou a série animada produzida por Bruce Timm. Outro ponto positivo foi a referência a obras importantes das HQs como “O Legado das Estrelas”, de Mark Waid.
Fizeram um bom filme! Ele só não empolgou por um detalhe: faltou emoção, faltou drama.
Em todo o tempo que você assiste a aventura, não há imersão na trama. Em momento algum você fica “torcendo” pelo herói, apenas admira as cenas e os efeitos. Os próprios flashbacks do menino Clark descobrindo seus poderes foram muito superficiais, faltando à dramaticidade de um menino diferente que não podia revelar-se ao mundo.
Mesmo não empolgando o filme fez um bom público e deu um bom retorno para a Warner Bros, tanto que para 2015 já anunciaram a continuação de O Homem de Aço. Bem, aguardemos o que vem pela frente.
Ilustrações: Alex Alex Doeppre (RS)
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Só para constar, as ilustrações deste artigo são de Alex Doeppre (RS).