Cobertura CCXP 2015 – CCXP abraça a diversidade
“Representação do gênero na cultura Pop”, “Furiosas: Mulheres que chutam bundas”, “Representação étnica na cultura Pop” e “Diversidade e cultura Pop”, todos esses foram títulos de painéis no auditório Prime
Painéis diferentes, questionamentos semelhantes. A CCXP – Comic Con Experince – teve espaço para debater a cultura pop em diversos ângulos e demonstrou a preocupação com o futuro desse mercado ao colocar em pauta em pelo menos quatro painéis como você, eu e todos nós nerds podemos combater as representações errôneas utilizadas dentro da mídia que geram a má interpretação e fomentam o preconceito.
Nos painéis, os convidados não só discutiram o preconceito como ilustraram suas ideias com suas experiências de vida. Um dos pontos mais levantados em todos os painéis foi a necessidade de personagens que representem esta fatia de público, personagens em que a criança possa se espelhar, algo ainda raro nas mídias atuais.
Debateu-se a necessidade de personagens orientais que realmente tenham características orientais, negros e homossexuais que fujam dos estereótipos ou mulheres, que ainda são vistas como fetiche, principalmente as de etnias diferentes.
Na mesa sobre diversidade e Cultura Pop, Jessica Jones, série da Netflix, vista por todos como algo inovador, pois além de mostrar o prazer sob a ótica feminina, foi citada devido à forma como aborda os personagens diferenciados e trata bem as minorias presentes.
Também foi citado o boicote preconceituoso feito ao novo Star Wars que tem um negro e uma mulher como protagonistas. Um dos palestrantes ainda comentou que foi extremamente criticado ao se assumir homossexual em seu canal do YouTube, entretanto, quando fez um vídeo comentando o assunto, ele foi extremamente elogiado.
Shonda Rhimes e suas séries também foram muito elogiadas, principalmente How to Get Away whith Murder, que não só tem uma personagem negra forte como exibiu uma das raras cenas de sexo em que é a mulher, não o homem, que recebe o prazer.
Doutora Brinquedos foi bastante elogiada. A série faz com que as meninas da periferia acreditem que podem se tornar médicas, algo que até então não era normal nos EUA, o “embranquecimento” de Katniss Everdeen na franquia cinematográfica Jogos Vorazes não só foi mal visto como extremamente criticado. O mesmo foi dito dos vilões (e outros personagens) gays estereotipados das novelas e do cinema.
Foi levantada a necessidade de criação de ambientes seguros para que as mulheres possam jogar online sem que alguém diga “gracinhas” em seu Chat. A perseguição sofrida pela blogueira que decidiu explicar porque a famosa frase de Jair Bolsonaro: “Só não te estupro porque você não merece” era um erro, também foi lembrada. Segundo foi dito, ela precisou ficar dias off-line para evitar cyber-retaliações dos seguidores do polêmico político.
Curiosamente, a decisão do Facebook de só mostrar os posts que tenham alguma afinidade com o seu perfil, uma tentativa de evitar atritos e perseguições ideológicas também foi criticada. “Furiosas” terminou com as convidadas lembrando que a internet não é a sociedade, e que discordar é saudável.
O que esses painéis provaram é que apesar de ainda estarmos bem longe da aceitação e da representatividade desejadas, estamos tentando nos achar e entendendo (um dia de cada vez) que precisamos adaptar o que fazemos aos novos tempos e abraçar a diversidade, que chegou para ficar e lutar pelos nossos direitos com unhas e dentes.
Você impulsivo leitor que não ficou ligado, o Impulso HQ fez uma cobertura fotográfica e com as notícias dos painéis durante os quatro dias da Comic Con Experience. Para conferir, acesse o nosso Instagram, clicando aqui.
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teve algo sobre indios, negros e outras etnias?