Las Historietas: O Eternauta de Alberto Breccia

Por Alex Doeppre*
Em 1969, o semanário de atualidades Gente decide incluir em suas páginas El Eternauta, clássico das HQs argentinas, de grande popularidade na década anterior. Hector G. Oesterheld reescreve o roteiro e o desenho fica a cargo de Alberto Breccia.
Em 29 de maio de 1969 começa a publicação da segunda versão, a três páginas por semana, com a previsão de estender-se por aproximadamente um ano.
Oesterheld revisou a história, deixando-a mais violenta e politicamente à esquerda, explicitando o conflito da América Latina com as potências econômicas. Nesta versão, a invasão não é global, pois as grandes potências entregam a América do Sul aos invasores para salvarem-se.
A editoria do semanário começou a fazer objeções ao estilo experimental de Breccia, alegando que não era comercial o suficiente, segundo uma particular interpretação do gosto dos leitores. Algumas cartas destes supostamente apoiavam o argumento. Mas deve ser levado em conta que a Argentina encontrava-se em plena ditadura militar e o roteiro entrava em conflito com a tendência conservadora do semanário.
Breccia recusou-se a modificar sua arte e Gente decidiu cancelar a HQ. Porém, Oesterheld propôs abreviar o roteiro para não deixar a história incompleta. Em poucos números mais El Eternauta foi concluído, tornando-se esta segunda versão um breve resumo do que foi a primeira. Ela foi um sucesso na Espanha e Itália no começo dos anos 1970, sendo considerada uma obra-prima e abrindo as portas da Europa pra Breccia.
*Designer gráfico, desenhista e fanzineiro
Contato: [email protected]
Ilustração: Alberto Breccia

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